MVP ou Produto Mínimo Viável (em inglês, Minimum Viable Product) é a versão inicial e funcional de um produto, criada com o mínimo de recursos necessários para testar sua aceitação no mercado.
Um produto de sucesso combina inovação com utilidade, resolvendo problemas reais que as pessoas enfrentam em seus contextos diários, seja no trabalho ou em outros ambientes. Com o MVP, é possível avaliar rapidamente se uma ideia tem potencial, sem o risco de grandes prejuízos.
Neste artigo, aprenda sobre o significado de MVP para um projeto, seus objetivos, funções e veja alguns exemplos bem-sucedidos do uso em grandes empresas.
O que é MVP em projetos
O MVP é a versão mais básica e funcional de um produto, desenvolvida com recursos mínimos para testar sua aceitação entre os consumidores. A ideia central é validar a popularidade e a viabilidade do produto antes de investir pesadamente em seu desenvolvimento completo.
Embora muito associado a startups, essa metodologia é cada vez mais adotada por grandes empresas para validar novas ideias de forma ágil e econômica.
Objetivo do MVP
O principal objetivo de um MVP é mitigar riscos e acelerar o tempo de lançamento no mercado.
Com uma versão inicial do produto, as empresas podem identificar se a solução proposta tem potencial ou se precisa de ajustes antes de maiores investimentos, economizando tempo e recursos.
Como criar um MVP
Existem diversas abordagens para criar um MVP, e a escolha da melhor estratégia depende do tipo de produto que você deseja testar. O ponto central é sempre o mesmo: colocar uma versão funcional do produto no mercado, mesmo que essa versão seja rudimentar, para que os usuários possam interagir e fornecer feedback real.
Um bom exemplo de como a criatividade pode ser usada na criação de um MVP é a história da Amazon. Nos primórdios da empresa, na década de 90, seu fundador Jeff Bezos decidiu testar a aceitação da ideia de comprar produtos online, começando com a venda de livros.
Em vez de desenvolver uma infraestrutura complexa desde o início, Bezos optou por uma abordagem mais simples e direta. Sempre que um cliente fazia um pedido de livro no site ele ia pessoalmente até uma livraria local, comprava o livro e enviava para o cliente.
Essa abordagem. Embora manual e não escalável, deu à Amazon a oportunidade de validar o conceito de comércio eletrônico de forma rápida e econômica. Atualmente, a Amazon é uma das maiores plataformas de e-commerce do mundo, e vende praticamente qualquer tipo de produto que se possa imaginar.
MVP x Protótipo: qual a diferença?
O protótipo é uma versão preliminar usada para testar ideias, funcionalidades e viabilidade técnica de um produto. Já o MVP é uma versão funcional mínima criada para ser lançada no mercado e validar a aceitação do produto junto aos usuários reais.
O protótipo é geralmente uma ferramenta interna, usada para explorar e testar aspectos técnicos ou de design, sem a necessidade de ser uma solução finalizável. Ele pode ser de baixa fidelidade, focado em avaliar como o produto poderia funcionar ou qual seria sua aparência, mas sem se preocupar em ser algo utilizável no mercado.
Por outro lado, o MVP é projetado para ser uma solução básica, mas funcional, que os consumidores podem utilizar. Seu objetivo é coletar feedback valioso e entender se o produto atende às necessidades do mercado antes de um lançamento mais completo.
Enquanto o protótipo ajuda a refinar o “como” de um produto, o MVP responde ao “por quê” e “para quem”, proporcionando insights fundamentais para o sucesso do produto no mercado.
Tipos de MVP
Existem cinco principais tipos de MVP, cada um com suas próprias características: Protótipo, Duplo, Fumaça, Mágico de Oz e Concierge.
MVP Protótipo
O MVP Protótipo é uma versão funcional do produto ou serviço, projetada para ser testada e explorada pelos usuários reais. Esse tipo de MVP é bastante semelhante a uma versão beta, pois contém a maioria das funcionalidades que se espera ver no produto final, mas em uma forma ainda inicial.
Obs.: Enquanto o protótipo tradicional é uma ferramenta interna de design e experimentação, o MVP protótipo é uma versão utilizável do produto destinada ao público real para testar e validar sua viabilidade no mercado.
MVP Duplo
O MVP Duplo adota uma abordagem semelhante ao teste A/B, apresentando duas versões do mesmo produto para os usuários. As diferenças entre essas versões podem ser sutis, como variações no tamanho, funcionalidades específicas, ou até no design.
A ideia por trás do MVP Duplo é coletar feedback dos usuários para identificar qual versão ressoa melhor com o público-alvo.
MVP Fumaça
Nesse modelo, as empresas utilizam canais de marketing, como landing pages e redes sociais, para comunicar a ideia do produto e medir o potencial de aceitação. Basicamente, é um teste de conceito que verifica se existe demanda suficiente antes de se comprometer com o desenvolvimento completo.
MVP Mágico de Oz
No MVP Mágico de Oz, os usuários interagem com uma interface aparentemente automatizada, mas, na realidade, as operações são realizadas manualmente por uma equipe nos bastidores. Isso permite que as empresas testem a usabilidade e funcionalidade do produto sem precisar investir em automação total desde o início.
MVP Concierge
Semelhante ao MVP Mágico de Oz, o MVP Concierge envolve um atendimento altamente personalizado para um grupo seleto de usuários. A grande diferença é o nível de interação direta e a personalização oferecida, o que pode gerar insights profundos sobre as necessidades e expectativas dos usuários. Este modelo não é escalável.
Benefícios do MVP
Um MVP permite identificar a aceitação de um produto entre os consumidores, verificando seu potencial de se tornar um bom negócio. É uma das formas de otimizar o uso de recursos e conseguir um retorno positivo sobre o investimento.
Confira os benefícios dessa metodologia:
- Economia de tempo e recursos: Valide a ideia do produto com um investimento mínimo, evitando o desenvolvimento completo de algo sem demanda.
- Feedback valioso: Obtenha insights reais dos primeiros usuários para refinar o produto antes do lançamento completo.
- Avaliação da demanda: Teste a demanda real do mercado, essencial para decidir se vale a pena continuar investindo.
- Aumento das chances de sucesso: Ajustar o produto com base em feedback precoce aumenta significativamente as chances de sucesso.
- Redução do retrabalho: Lançando apenas as funcionalidades essenciais, é possível fazer ajustes rápidos com base no feedback dos usuários.
- Maior atração de investimentos: Um MVP bem-sucedido pode atrair investidores ao demonstrar a viabilidade e potencial do produto.
Quando usar a metodologia MVP?
Criar um Produto Mínimo Viável é ideal quando você precisa validar uma ideia inovadora antes de investir com um lançamento oficial. Então, se você tem uma ideia promissora, mas ainda não tem certeza sobre como ela será recebida no mercado, um MVP pode ser uma ótima alternativa para coletar feedbacks.
Exemplos de MVP bem-sucedidos
Conheça 3 exemplos de grandes empresas que iniciaram suas jornadas de sucesso com a criação de um MVP para validar a ideia no mercado.
Dropbox
O Dropbox é um exemplo clássico de como um MVP Fumaça pode transformar uma ideia em um negócio de sucesso. A história começa em 2007, quando Drew Houston, ainda estudante do MIT, enfrentava um problema comum: ele frequentemente esquecia seu pen drive, o que o levou a imaginar um serviço que permitisse o armazenamento e o acesso a arquivos na nuvem, de qualquer dispositivo, a qualquer momento.
No entanto, construir uma infraestrutura completa para esse tipo de solução era caro e demorado, algo fora do alcance imediato de Houston e seu cofundador, Arash Ferdowsi. Então, eles optaram por uma abordagem criativa: em vez de desenvolver a plataforma inteira, criaram um simples vídeo explicativo. Esse vídeo demonstrava como o Dropbox funcionaria, destacando seus benefícios de forma clara e objetiva.
O impacto foi instantâneo. Em apenas um dia, mais de 70 mil pessoas se inscreveram para usar o serviço, validando a ideia de Houston e Ferdowsi. Esse feedback inicial não apenas confirmou que havia demanda para o produto, mas também foi essencial para garantir o financiamento necessário para transformar o Dropbox na plataforma que hoje é utilizada por milhões de pessoas em todo o mundo.
Spotify
O Spotify, fundado em 2006 por Daniel Ek e Martin Lorentzon, surgiu em um momento em que a pirataria de música estava no auge. Baixar músicas ilegalmente era a opção mais popular para os ouvintes que não queriam pagar pelas faixas. A ideia inicial do projeto era combater a pirataria oferecendo uma alternativa legal e acessível que fosse ao mesmo tempo simples e prática.
Neste caso, a concorrência não vinha de outros serviços de streaming, e sim da facilidade com que os usuários baixavam músicas de graça. Por isso, decidiram focar na experiência do usuário. Criaram um MVP do Spotify que era uma versão simplificada da ferramenta, disponível apenas para desktop, com poucas funcionalidades e capaz de reproduzir algumas músicas pré-selecionadas.
Lançado para um público limitado, o MVP permitiu que Ek e Lorentzon analisassem o feedback e a aceitação do serviço. A resposta foi positiva: os usuários adoraram a ideia de poder ouvir músicas instantaneamente, sem precisar baixá-las ou pagar por cada uma individualmente. Esse MVP simples abriu caminho para que o Spotify se tornasse a plataforma de streaming de música que hoje domina o mercado.
Airbnb
O Airbnb é hoje um gigante no setor de hospedagem, mas sua história começou de forma humilde e criativa, com um MVP baseado no modelo Concierge. Em 2007, os cofundadores Brian Chesky e Joe Gebbia enfrentavam dificuldades financeiras para pagar o aluguel de seu apartamento, e tiveram uma ideia simples: alugar um cômodo desse apartamento para ganhar um dinheiro extra.
A oportunidade perfeita surgiu quando uma grande conferência estava para acontecer na cidade, e muitos dos participantes não conseguiam encontrar hospedagem. Chesky e Gebbia decidiram oferecer acomodações, incluindo wi-fi gratuito e café da manhã, a esses viajantes. Criaram um anúncio em uma plataforma simples, com apenas algumas fotos do local, e aguardaram para ver o que aconteceria.
O sucesso foi imediato. Notando o potencial, os cofundadores decidiram redesenhar completamente o site e mudaram o nome de “Air Bed & Breakfast” para o mais conhecido “Airbnb”. Além disso, começaram a permitir que outros proprietários cadastrassem suas propriedades na plataforma.
Esse MVP mostrou que, com recursos limitados e uma boa ideia, é possível validar um conceito de negócio antes de expandir e investir em um produto completo.
Conclusão
A metodologia MVP, ou Produto Mínimo Viável é uma ótima forma de dar início a projetos inovadores de forma mais segura e eficiente. Utilizar um MVP permite criar e adaptar produtos de acordo com as reais expectativas dos usuários, aumentando as chances de sucesso no mercado.
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