O HTML5 é a versão mais atual da linguagem utilizada na criação de páginas e aplicações da web. A linguagem traz inovações essenciais para atender às demandas modernas de usuários e programadores.
O que é HTML?
A sigla HTML significa HyperText Markup Language (Linguagem de Marcação de Hipertexto), e é a linguagem base utilizada na criação de páginas na web. Serve para estruturar o conteúdo que será exibido, e tem a função de “dizer” ao navegador como exibir os diferentes elementos na página.
A linguagem utiliza uma série de marcações, chamadas de tags, que servem para determinar o que é cada elemento dentro de uma página. Por exemplo, uma tag pode definir que determinado texto é um título, enquanto outra pode identificar um parágrafo ou link.
Documentos HTML são arquivos de texto simples, geralmente salvos com a extensão “.html” ou “.htm”, que podem ser escritos em qualquer editor de texto.
Quem criou o HTML?
O HTML foi criado pelo cientista britânico Tim Berners-Lee, enquanto buscava uma solução para facilitar a colaboração entre pesquisadores localizados em diferentes partes do mundo. Sua solução foi desenvolver uma linguagem de marcação que permitisse a disponibilização de documentos em formato digital e a possibilidade de criar links entre diferentes textos.
Foi assim que nasceu o conceito de hipertexto, uma forma de ligação entre documentos que permite a navegação intuitiva entre informações relacionadas. Berners-Lee desenvolveu o primeiro sistema de hipertexto em 1980, chamado Enquire, mas foi em 1989 que ele deu o passo decisivo ao propor o que se tornaria o HTML.
A origem do HTML e da World Wide Web
A história do HTML está diretamente conectada à criação da própria World Wide Web, também desenvolvida por Tim Berners-Lee. Ele foi responsável pela criação do protocolo HTTP (HyperText Transfer Protocol), que permite a comunicação entre navegadores e servidores e é indispensável para o funcionamento da web.
Em 1990, Berners-Lee lançou o primeiro navegador da Web, juntamente com um editor de HTML, no computador NeXT. A combinação dessas ferramentas permitiu que documentos fossem conectados em uma vasta rede de informações, a World Wide Web.
O primeiro código HTML foi formalmente criado em 1991 e desde então passou por diversas evoluções para acompanhar as mudanças tecnológicas e as necessidades dos usuários.
O que é HTML5 e para que serve?
O HTML5 é a versão mais recente da linguagem HTML, lançado para modernizar e expandir as suas capacidades. Essa atualização trouxe inovações que acompanham a evolução da internet e atendem às necessidades atuais de desenvolvedores e usuários.
A primeira versão foi lançada em 2014, e desde então passou por algumas atualizações, sendo a mais recente a versão 5.2, de 2017.
A evolução do HTML se mostrou essencial para melhorar a estruturação e apresentação de conteúdos na web, eliminando a dependência de plugins externos, que frequentemente comprometiam a segurança e a compatibilidade.
Novas funções
Com o HTML5, funções como reprodução de vídeos e áudios foram integradas diretamente no código, proporcionando uma experiência de navegação muito mais fluida e segura.
A linguagem trouxe também novas tags que facilitam a criação de páginas ricas e interativas, como por exemplo, os elementos semânticos <header>, <footer>, <article> e <section>, que ajudam a organizar de forma lógica toda a arquitetura da informação, tornando o conteúdo acessível para o usuário e para os mecanismos de busca, favorecendo a otimização para SEO.
Qual é a versão anterior do HTML antes de HTML5?
O HTML passou por diversas atualizações desde seu lançamento, acompanhando a evolução da web. Suas principais versões foram: HTML, HTML 2.0, HTML 3.2, HTML 4.01, XHTML, HTML 5, HTML 5.1 e HTML 5.2.
Antes do HTML5, a versão predominante era o HTML4, lançado em 1997. Essa versão foi amplamente adotada e serviu como base para a construção da web como a conhecemos hoje. No entanto, à medida que a tecnologia avançava, as limitações do HTML4 começaram a se tornar mais evidentes, especialmente no que se refere à manipulação de multimídia e à necessidade de maior interatividade nas páginas.
Paralelamente ao HTML4, surgiu o XHTML, uma extensão que combinava o HTML com regras mais rigorosas de sintaxe, inspiradas no XML (eXtensible Markup Language). O objetivo do XHTML era resolver problemas de compatibilidade que os navegadores enfrentavam na época.
Embora o XHTML tenha trazido melhorias em termos de consistência e rigor na codificação, ele também apresentou desafios relacionados à flexibilidade e à compatibilidade, principalmente com a crescente popularidade dos dispositivos móveis no início dos anos 2000.
O HTML5 foi desenvolvido com o objetivo de superar as limitações tanto do HTML4 quanto do XHTML.
As principais mudanças
O HTML5 veio para facilitar a criação e estruturação de conteúdos de forma mais eficiente, e possibilitar a construção de sites e aplicações web mais dinâmicas, interativas e compatíveis com diferentes dispositivos.
As principais mudanças que vieram com o HTML5 foram:
- Suporte multimídia: É possível incluir vídeos e áudios diretamente no código com tags de <video> e <audio>, o que facilita a reprodução da mídia e as adapta automaticamente aos recursos do navegador.
- Formulários simplificados: Novos tipos de campos de formulário como <email> e <url> tornaram a coleta de dados mais intuitiva, facilitando a submissão e validação de informações.
- Criação de gráficos e animações: A tag <canvas> permite o desenho de gráficos e a criação de animações diretamente no navegador, funcionalidade essencial para jogos e visualização de dados interativas.
- Aplicações web avançadas: Novas APIs (Interfaces de Programação de Aplicações) permitem funcionalidades como o armazenamento local de dados no navegador (session storage e local storage), o que favorece o funcionamento offline das aplicações.
- Acessibilidade e SEO: A estrutura semântica do HTML5 torna as páginas mais acessíveis, tanto para usuários quanto para motores de busca, melhorando a indexação e a visibilidade dos sites.
- Compatibilidade com dispositivos móveis: Os recursos do HTML5 oferecem uma melhor adaptação das páginas para dispositivos móveis, melhorando a responsividade. Essa adaptação é essencial no contexto do mobile-first.
Qual é a diferença entre HTML e HTML5?
Abaixo, apresentamos uma tabela que destaca as principais diferenças entre o HTML e o HTML5, ilustrando as melhorias e inovações trazidas pela versão mais recente em comparação com sua versão inicial.
Aspecto | HTML | HTML5 |
Suporte a áudio e vídeo | Não oferece suporte nativo; requer plugins como Flash. | Suporte nativo com as tags <audio> e <video>. |
Gráficos vetoriais | Suporte limitado, depende de tecnologias como Flash, VML e Silverlight. | Suporte nativo com <canvas> e SVG. |
Armazenamento de dados | Usa cookies para armazenamento temporário. | Usa Web Storage, IndexedDB, e SQL databases para armazenamento offline. |
Geolocalização | Não possui suporte nativo. | Suporte nativo via API de Geolocalização em JavaScript. |
Estrutura semântica | Usa elementos genéricos como <div>. | Introduz novos elementos semânticos como <header>, <footer>, <section>, e <article>. |
Formulários | Suporte limitado a tipos de entrada. | Introduz novos tipos de entrada como email, URL, data, e busca. |
Compatibilidade com navegadores | Compatível com quase todos os navegadores, incluindo versões mais antigas. | Melhor compatibilidade com navegadores modernos; suporte limitado em navegadores antigos. |
Processamento de JavaScript | JavaScript e a interface do navegador rodam no mesmo processo. | Suporte a Web Workers, permitindo que o JavaScript rode em segundo plano. |
Doctype | Declaração longa e complexa. | Declaração simplificada: <!DOCTYPE html>. |
Codificação de caracteres | Usa ASCII, com uma declaração mais longa e complexa. | Usa UTF-8, com uma declaração de codificação mais simples. |
Tratamento de erros | Estrito e menos tolerante a erros de sintaxe. | Mais tolerante e capaz de lidar com sintaxes incorretas. |
Atributos novos | Não possui novos atributos globais ou específicos. | Introduz diversos novos atributos como async, defer, charset, ping, além de globais como hidden, role, spellcheck e customizados como data-attributes. |
Interatividade | Suporte limitado para interações complexas como drag and drop. | Suporte nativo para drag and drop, além de novas APIs interativas. |
A estrutura do HTML5
A estrutura básica do HTML5 é simples e direta e compreender o funcionamento de cada parte permite criar páginas web bem estruturadas, organizadas e acessíveis e prontas para serem estilizadas com CSS.
Essa estrutura é o ponto de partida para qualquer site ou aplicação web, é uma base sobre a qual todas as funcionalidades da aplicação poderão ser construídas.
Aqui está o esqueleto básico de uma página HTML5:
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Vamos entender cada parte:
DOCTYPE
A declaração <!DOCTYPE html> aparece no início de todo documento HTML5. Ela informa ao navegador que o arquivo é escrito em HTML5, garantindo que a página seja exibida corretamente.
Tag <html>
A tag <html> envolve todo o conteúdo da página. O atributo lang=”pt-br” especifica que o idioma da página é o português do Brasil. Isso ajuda os mecanismos de busca e leitores de tela a interpretar o conteúdo de forma adequada.
Tag <head>
A seção <head> contém informações sobre a página que não são visíveis ao usuário, mas são importantes para o funcionamento e otimização da página.
Elementos Comuns no <head>
<title>: Define o título da página, que aparece na aba do navegador e nos resultados dos mecanismos de busca.
Meta Tags:
- <meta charset=”UTF-8″>: Define a codificação de caracteres da página, garantindo que os textos sejam exibidos corretamente.
- <meta name=”description” content=”Descrição do conteúdo da página”>: Fornece uma breve descrição do conteúdo da página, usada pelos motores de busca para exibir snippets nos resultados.
- <meta name=”viewport” content=”width=device-width, initial-scale=1.0″>: Isso faz com que a página seja exibida corretamente em dispositivos móveis, ajustando a escala da página ao tamanho da tela.
Tag <body>
A seção <body> contém todo o conteúdo visível ao usuário, como textos, imagens, vídeos e links. Tudo o que é colocado dentro dessa tag será exibido na página web.
As vantagens de utilizar HTML5 na programação
O HTML5 trouxe transformações importantes para o desenvolvimento web, com melhorias e novas funcionalidades que tornaram o processo de criação de sites e aplicações mais eficiente, interativo e acessível.
Listamos abaixo algumas das principais vantagens que o HTML5 trouxe para o contexto da programação:
- Interoperabilidade e flexibilidade: O HTML5 foi projetado para ser compatível com diversos dispositivos e plataformas, permitindo que o mesmo código funciona bem em diferentes contextos.
- Redução de plugins externos: Com a integração nativa de funcionalidades diferentes, minimiza a dependência de plugins externos, que muitas vezes causam problemas de segurança e desempenho.
- Melhor experiência do usuário: Os sites desenvolvidos com HTML5 são muito mais rápidos e responsivos, oferecendo um melhor desempenho e, consequentemente, uma melhor experiência ao usuário, especialmente em dispositivos móveis.
- Código mais limpo e semântico: A escrita do código se tornou mais limpa e organizada, facilitando a manutenção e a evolução das páginas ao longo do tempo.
- Consistência: Os novos elementos do HTML5 proporcionam maior consistência na estrutura do código entre diferentes sites facilita o trabalho de desenvolvedores e designers.
- Banco de dados no lado do cliente: Permite o armazenamento de dados estruturados no lado do cliente, utilizando APIs como localStorage e sessionStorage, o que reduz a dependência de cookies e melhora o desempenho.
O futuro do HTML: já existe um HTML6?
Até o momento, não existe nenhuma informação oficial ou planos definidos para o lançamento de uma nova versão do HTML. O futuro do HTML parece estar mais focado na evolução contínua do HTML5 do que na introdução de um HTML6.
Essa abordagem permite que a web continue a se adaptar às novas demandas e tecnologias, como a realidade aumentada, inteligência artificial e Internet das Coisas (IoT), sem a necessidade de uma revisão completa da linguagem. A flexibilidade e a adaptabilidade do HTML5 garantem que ele possa continuar a evoluir e suportar as inovações futuras.
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Fontes:
THE GUARDIAN. Tim Berners-Lee on 30 years of the world wide web: ‘We can get the web we want’. 2019.