Símbolo do HTML5 sob fundo desfocado de pessoa utilizando PC.

O que é HTML5: conheça a linguagem que é a base da internet

17/09/2024 12 minutos de leitura

O HTML5 é a versão mais atual da linguagem utilizada na criação de páginas e aplicações da web. A linguagem traz inovações essenciais para atender às demandas modernas de usuários e programadores.

O que é HTML?

A sigla HTML significa HyperText Markup Language (Linguagem de Marcação de Hipertexto), e é a linguagem base utilizada na criação de páginas na web. Serve para estruturar o conteúdo que será exibido, e tem a função de “dizer” ao navegador como exibir os diferentes elementos na página.

A linguagem utiliza uma série de marcações, chamadas de tags, que servem para determinar o que é cada elemento dentro de uma página. Por exemplo, uma tag pode definir que determinado texto é um título, enquanto outra pode identificar um parágrafo ou link.

Documentos HTML são arquivos de texto simples, geralmente salvos com a extensão “.html” ou “.htm”, que podem ser escritos em qualquer editor de texto.

Quem criou o HTML?

O HTML foi criado pelo cientista britânico Tim Berners-Lee, enquanto buscava uma solução para facilitar a colaboração entre pesquisadores localizados em diferentes partes do mundo. Sua solução foi desenvolver uma linguagem de marcação que permitisse a disponibilização de documentos em formato digital e a possibilidade de criar links entre diferentes textos.

Foto do criador do HTML Tim Berners-Lee em fundo escuro.
Tim Berners-Lee, criador do HTML. Foto por Simon Dawson/Reuters.

Foi assim que nasceu o conceito de hipertexto, uma forma de ligação entre documentos que permite a navegação intuitiva entre informações relacionadas. Berners-Lee desenvolveu o primeiro sistema de hipertexto em 1980, chamado Enquire, mas foi em 1989 que ele deu o passo decisivo ao propor o que se tornaria o HTML.

A origem do HTML e da World Wide Web

A história do HTML está diretamente conectada à criação da própria World Wide Web, também desenvolvida por Tim Berners-Lee. Ele foi responsável pela criação do protocolo HTTP (HyperText Transfer Protocol), que permite a comunicação entre navegadores e servidores e é indispensável para o funcionamento da web.

Em 1990, Berners-Lee lançou o primeiro navegador da Web, juntamente com um editor de HTML, no computador NeXT. A combinação dessas ferramentas permitiu que documentos fossem conectados em uma vasta rede de informações, a World Wide Web.

O primeiro código HTML foi formalmente criado em 1991 e desde então passou por diversas evoluções para acompanhar as mudanças tecnológicas e as necessidades dos usuários.

Símbolo do HTML5 sob fundo com tela com códigos de programação.

O que é HTML5 e para que serve?

O HTML5 é a versão mais recente da linguagem HTML, lançado para modernizar e expandir as suas capacidades. Essa atualização trouxe inovações que acompanham a evolução da internet e atendem às necessidades atuais de desenvolvedores e usuários.

A primeira versão foi lançada em 2014, e desde então passou por algumas atualizações, sendo a mais recente a versão 5.2, de 2017.

A evolução do HTML se mostrou essencial para melhorar a estruturação e apresentação de conteúdos na web, eliminando a dependência de plugins externos, que frequentemente comprometiam a segurança e a compatibilidade.

Novas funções

Com o HTML5, funções como reprodução de vídeos e áudios foram integradas diretamente no código, proporcionando uma experiência de navegação muito mais fluida e segura.

A linguagem trouxe também novas tags que facilitam a criação de páginas ricas e interativas, como por exemplo, os elementos semânticos <header>, <footer>, <article> e <section>, que ajudam a organizar de forma lógica toda a arquitetura da informação, tornando o conteúdo acessível para o usuário e para os mecanismos de busca, favorecendo a otimização para SEO.

Qual é a versão anterior do HTML antes de HTML5?

O HTML passou por diversas atualizações desde seu lançamento, acompanhando a evolução da web. Suas principais versões foram: HTML, HTML 2.0, HTML 3.2, HTML 4.01, XHTML, HTML 5, HTML 5.1 e HTML 5.2.

Antes do HTML5, a versão predominante era o HTML4, lançado em 1997. Essa versão foi amplamente adotada e serviu como base para a construção da web como a conhecemos hoje. No entanto, à medida que a tecnologia avançava, as limitações do HTML4 começaram a se tornar mais evidentes, especialmente no que se refere à manipulação de multimídia e à necessidade de maior interatividade nas páginas.

Paralelamente ao HTML4, surgiu o XHTML, uma extensão que combinava o HTML com regras mais rigorosas de sintaxe, inspiradas no XML (eXtensible Markup Language). O objetivo do XHTML era resolver problemas de compatibilidade que os navegadores enfrentavam na época.

Embora o XHTML tenha trazido melhorias em termos de consistência e rigor na codificação, ele também apresentou desafios relacionados à flexibilidade e à compatibilidade, principalmente com a crescente popularidade dos dispositivos móveis no início dos anos 2000.

O HTML5 foi desenvolvido com o objetivo de superar as limitações tanto do HTML4 quanto do XHTML.

As principais mudanças

O HTML5 veio para facilitar a criação e estruturação de conteúdos de forma mais eficiente, e possibilitar a construção de sites e aplicações web mais dinâmicas, interativas e compatíveis com diferentes dispositivos.

As principais mudanças que vieram com o HTML5 foram:

  • Suporte multimídia: É possível incluir vídeos e áudios diretamente no código com tags de <video> e <audio>, o que facilita a reprodução da mídia e as adapta automaticamente aos recursos do navegador.
  • Formulários simplificados: Novos tipos de campos de formulário como <email> e <url> tornaram a coleta de dados mais intuitiva, facilitando a submissão e validação de informações.
  • Criação de gráficos e animações: A tag <canvas> permite o desenho de gráficos e a criação de animações diretamente no navegador, funcionalidade essencial para jogos e visualização de dados interativas.
  • Aplicações web avançadas: Novas APIs (Interfaces de Programação de Aplicações) permitem funcionalidades como o armazenamento local de dados no navegador (session storage e local storage), o que favorece o funcionamento offline das aplicações.
  • Acessibilidade e SEO: A estrutura semântica do HTML5 torna as páginas mais acessíveis, tanto para usuários quanto para motores de busca, melhorando a indexação e a visibilidade dos sites.
  • Compatibilidade com dispositivos móveis: Os recursos do HTML5 oferecem uma melhor adaptação das páginas para dispositivos móveis, melhorando a responsividade. Essa adaptação é essencial no contexto do mobile-first.

Qual é a diferença entre HTML e HTML5?

Abaixo, apresentamos uma tabela que destaca as principais diferenças entre o HTML e o HTML5, ilustrando as melhorias e inovações trazidas pela versão mais recente em comparação com sua versão inicial.

Aspecto HTML HTML5
Suporte a áudio e vídeo Não oferece suporte nativo; requer plugins como Flash. Suporte nativo com as tags <audio> e <video>.
Gráficos vetoriais Suporte limitado, depende de tecnologias como Flash, VML e Silverlight. Suporte nativo com <canvas> e SVG.
Armazenamento de dados Usa cookies para armazenamento temporário. Usa Web Storage, IndexedDB, e SQL databases para armazenamento offline.
Geolocalização Não possui suporte nativo. Suporte nativo via API de Geolocalização em JavaScript.
Estrutura semântica Usa elementos genéricos como <div>. Introduz novos elementos semânticos como <header>, <footer>, <section>, e <article>.
Formulários Suporte limitado a tipos de entrada. Introduz novos tipos de entrada como email, URL, data, e busca.
Compatibilidade com navegadores Compatível com quase todos os navegadores, incluindo versões mais antigas. Melhor compatibilidade com navegadores modernos; suporte limitado em navegadores antigos.
Processamento de JavaScript JavaScript e a interface do navegador rodam no mesmo processo. Suporte a Web Workers, permitindo que o JavaScript rode em segundo plano.
Doctype Declaração longa e complexa. Declaração simplificada: <!DOCTYPE html>.
Codificação de caracteres Usa ASCII, com uma declaração mais longa e complexa. Usa UTF-8, com uma declaração de codificação mais simples.
Tratamento de erros Estrito e menos tolerante a erros de sintaxe. Mais tolerante e capaz de lidar com sintaxes incorretas.
Atributos novos Não possui novos atributos globais ou específicos. Introduz diversos novos atributos como async, defer, charset, ping, além de globais como hidden, role, spellcheck e customizados como data-attributes.
Interatividade Suporte limitado para interações complexas como drag and drop. Suporte nativo para drag and drop, além de novas APIs interativas.

A estrutura do HTML5

A estrutura básica do HTML5 é simples e direta e compreender o funcionamento de cada parte permite criar páginas web bem estruturadas, organizadas e acessíveis e prontas para serem estilizadas com CSS.

Essa estrutura é o ponto de partida para qualquer site ou aplicação web, é uma base sobre a qual todas as funcionalidades da aplicação poderão ser construídas.

Aqui está o esqueleto básico de uma página HTML5:

<!DOCTYPE html>

<html lang="pt-br">

<head>

    <title>Exemplo de Página HTML5</title>

    <meta charset="UTF-8">

    <meta name="description" content="Descrição do conteúdo da página">

    <meta name="viewport" content="width=device-width, initial-scale=1.0">

</head>

<body>

    <h1>Bem-vindo ao HTML5</h1>

    <p>Este é um exemplo de página estruturada em HTML5.</p>

</body>

</html> 

Vamos entender cada parte:

DOCTYPE

A declaração <!DOCTYPE html> aparece no início de todo documento HTML5. Ela informa ao navegador que o arquivo é escrito em HTML5, garantindo que a página seja exibida corretamente.

Tag <html>

A tag <html> envolve todo o conteúdo da página. O atributo lang=”pt-br” especifica que o idioma da página é o português do Brasil. Isso ajuda os mecanismos de busca e leitores de tela a interpretar o conteúdo de forma adequada.

Tag <head>

A seção <head> contém informações sobre a página que não são visíveis ao usuário, mas são importantes para o funcionamento e otimização da página.

Elementos Comuns no <head>

<title>: Define o título da página, que aparece na aba do navegador e nos resultados dos mecanismos de busca.

Meta Tags:

  • <meta charset=”UTF-8″>: Define a codificação de caracteres da página, garantindo que os textos sejam exibidos corretamente.
  • <meta name=”description” content=”Descrição do conteúdo da página”>: Fornece uma breve descrição do conteúdo da página, usada pelos motores de busca para exibir snippets nos resultados.
  • <meta name=”viewport” content=”width=device-width, initial-scale=1.0″>: Isso faz com que a página seja exibida corretamente em dispositivos móveis, ajustando a escala da página ao tamanho da tela.

Tag <body>

A seção <body> contém todo o conteúdo visível ao usuário, como textos, imagens, vídeos e links. Tudo o que é colocado dentro dessa tag será exibido na página web.

As vantagens de utilizar HTML5 na programação

O HTML5 trouxe transformações importantes para o desenvolvimento web, com melhorias e novas funcionalidades que tornaram o processo de criação de sites e aplicações mais eficiente, interativo e acessível.

Listamos abaixo algumas das principais vantagens que o HTML5 trouxe para o contexto da programação:

  • Interoperabilidade e flexibilidade: O HTML5 foi projetado para ser compatível com diversos dispositivos e plataformas, permitindo que o mesmo código funciona bem em diferentes contextos.
  • Redução de plugins externos: Com a integração nativa de funcionalidades diferentes, minimiza a dependência de plugins externos, que muitas vezes causam problemas de segurança e desempenho.
  • Melhor experiência do usuário: Os sites desenvolvidos com HTML5 são muito mais rápidos e responsivos, oferecendo um melhor desempenho e, consequentemente, uma melhor experiência ao usuário, especialmente em dispositivos móveis.
  • Código mais limpo e semântico: A escrita do código se tornou mais limpa e organizada, facilitando a manutenção e a evolução das páginas ao longo do tempo.
  • Consistência: Os novos elementos do HTML5 proporcionam maior consistência na estrutura do código entre diferentes sites facilita o trabalho de desenvolvedores e designers.
  • Banco de dados no lado do cliente: Permite o armazenamento de dados estruturados no lado do cliente, utilizando APIs como localStorage e sessionStorage, o que reduz a dependência de cookies e melhora o desempenho.

O futuro do HTML: já existe um HTML6?

Até o momento, não existe nenhuma informação oficial ou planos definidos para o lançamento de uma nova versão do HTML. O futuro do HTML parece estar mais focado na evolução contínua do HTML5 do que na introdução de um HTML6.

Essa abordagem permite que a web continue a se adaptar às novas demandas e tecnologias, como a realidade aumentada, inteligência artificial e Internet das Coisas (IoT), sem a necessidade de uma revisão completa da linguagem. A flexibilidade e a adaptabilidade do HTML5 garantem que ele possa continuar a evoluir e suportar as inovações futuras.

Estamos de olho nas novidades, acesse o blog da MO4 web e fique por dentro.

Fontes:

THE GUARDIAN. Tim Berners-Lee on 30 years of the world wide web: ‘We can get the web we want’. 2019.

GITHUB. Estrutura e Tags Básicas do HTML5. 

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Vander Belchior
o autor

Vander Belchior

CEO da MO4 web, agência de SEO especializada no desenvolvimento de sites. Possui 17 anos de experiência no mercado.

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