Google testa AI MODE: será o fim da busca tradicional?

O anúncio do AI Mode foi feito durante o Google I/O 2025, principal evento da empresa, e a promessa foi de mais agilidade, mais contexto e respostas mais inteligentes diretamente na página de resultados. É como uma evolução das Visões Gerais de IA, que já temos. Essa pode ser a maior revolução da busca, desde a sua criação lá em 1998. Entenda mais sobre esta novidade.

O que é o AI Mode do Google?

O AI Mode (ou Modo IA) é um novo modo de busca do Google, ainda em fase experimental, que transforma a experiência tradicional de pesquisa em uma conversa guiada por inteligência artificial. É uma evolução do recurso AI Overviews (Visões Gerais de IA), lançado em 2024.

Enquanto os overviews já exibiam um resumo gerado por IA no topo dos resultados, o AI Mode dá alguns passos além: ele reorganiza completamente a experiência de busca para funcionar como um chat inteligente, capaz de entender perguntas complexas, raciocinar com profundidade, comparar opções e gerar insights em tempo real.

Diferenças entre as Visões Gerais de IA e o Modo IA

Como o AI Mode funciona?

1. A pergunta é desmembrada: O AI Mode identifica sua intenção e divide a pergunta em várias partes menores (subconsultas). Isso permite entender melhor o que você quer saber mesmo que sua pergunta seja longa e complexa.
2. Pesquisas paralelas são feitas em segundo plano: Essas subconsultas são processadas ao mesmo tempo, usando múltiplas fontes, como páginas da web e dados atualizados de produtos e serviços.
3. A resposta é sintetizada e organizada pela IA: Depois de reunir e cruzar os dados, o sistema entrega uma resposta clara, direta e personalizada com links para aprofundamento, gráficos, tabelas ou até comparações.
4. Você pode continuar a conversa: Se quiser saber mais, é só perguntar. O AI Mode entende o contexto da conversa e continua refinando a resposta conforme seu interesse.

Vídeo: Google

Um detalhe importante: o tal do “query fan-out”

Essa técnica é chamada de query fan-out, ou seja, espalhar a busca em várias direções para trazer respostas mais completas. É como se, ao invés de fazer uma busca única, o Google fizesse automaticamente 5, 10 ou até 20 buscas diferentes por você, organizasse tudo e entregasse um resumo inteligente.

Mas diferente de outras ferramentas, o Google não mostra quais subconsultas foram feitas. Isso exige uma nova estratégia de SEO e conteúdo, mais focada em cobrir tópicos inteiros com profundidade, e não só palavras-chave isoladas.

Personalização em tempo real

O AI Mode também considera informações contextuais do usuário, como preferências, localização e histórico de busca. Isso significa que duas pessoas podem ver respostas diferentes para a mesma pergunta, dependendo do perfil.

Para profissionais de marketing e criadores de conteúdo, isso reforça a importância de produzir conteúdo claro, confiável, completo e direcionado a personas específicas, afinal, é isso que vai tornar seu site mais “citável” pelas IAs da busca.

Por que o Google está trazendo tantas mudanças para a página de resultados?

Simples: o comportamento das pessoas mudou muito desde que passaram a utilizar as ferramentas de IA generativa. As buscas estão mais longas, mais específicas, mais conversacionais e exigem mais contexto. Usuários querem respostas rápidas, confiáveis e que não exijam cinco cliques para encontrar o que procuram.

O AI Mode é uma resposta à popularização dos assistentes conversacionais, como o ChatGPT, Claude, Perplexity e outros… mas ele tem um diferencial importante: ele une o poder de raciocínio da IA com a base de dados imensa do Google incluindo informações atualizadas da web e até dados de produtos em tempo real.

Como ativar o AI Mode?

Por enquanto, o AI Mode do Google está disponível somente em inglês e liberado oficialmente para usuários dos Estados Unidos e da Índia. A empresa já anunciou que pretende expandir o acesso para outros países em breve mas, por enquanto, o uso é restrito a essas regiões.

Mesmo com essa limitação geográfica, vale entender como ativar o AI Mode e como ele pode aparecer para quem está em uma área liberada.

Como acessar o AI Mode na prática

Se você está em uma região com acesso liberado, há três formas principais de ativar o modo IA:

1. Acesse diretamente: google.com/aimode
2. Pela barra de pesquisa do Google: Digite uma pergunta e toque na opção “Modo IA” que aparece logo abaixo da barra de pesquisa.
3. No aplicativo do Google (mobile): Abra o app, e na tela inicial você verá o botão “Modo IA” para começar.

E se eu quiser testar recursos mais avançados?

Para quem busca funcionalidades extras, como Deep Search e personalização com Gemini 2.5 Pro, é possível habilitar o AI Mode através do Search Labs, uma área de testes do Google para novos recursos.

🔒 Esses recursos adicionais (como Deep Search) estão disponíveis apenas para assinantes do Google AI Pro ou AI Ultra, maiores de 18 anos, nos EUA e em inglês.

O AI Mode é gratuito?

Sim, o AI Mode do Google é gratuito nos países em que ele já está liberado (pelo menos neste momento de testes iniciais).

Se você está nos Estados Unidos ou na Índia e usa o Google em inglês, pode ativar o AI Mode sem precisar pagar nada. Basta acessar o recurso pelas opções já disponíveis (como vimos no tópico anterior).

Mas atenção: nem tudo está liberado para todos

Apesar de gratuito, o AI Mode tem funcionalidades avançadas que só estão disponíveis para quem participa do programa Search Labs ou assina os planos pagos da Google AI, como o AI Pro ou AI Ultra.

Esses planos dão acesso a recursos como:

• Deep Search (buscas aprofundadas com relatórios gerados por IA)
• Modelos Gemini 2.5 Pro, com maior capacidade de raciocínio e personalização

Esses recursos pagos são voltados a usuários avançados, profissionais e empresas que desejam usar o poder da IA do Google em seu máximo potencial.

O que muda para os usuários?

Veja o que realmente muda na prática para os usuários:

1. A busca vira uma conversa

Com o AI Mode, o usuário pode interagir com a IA, fazer perguntas complexas, seguir com dúvidas relacionadas e receber respostas em linguagem natural, como se estivesse conversando com um especialista.

2. Respostas mais completas, menos cliques

A IA do Google analisa sua pergunta em detalhes, executa várias pesquisas ao mesmo tempo e entrega um resumo direto e estruturado, citando fontes confiáveis. Isso reduz o número de cliques necessários para encontrar a resposta que você quer.

🔍 Exemplo: ao invés de abrir cinco abas para comparar as melhores plantas para um jardim sombreado e seco, o AI Mode entrega uma lista pronta, baseada no seu contexto.

3. Personalização com base no seu perfil

O AI Mode adapta as respostas com base no que o Google já sabe sobre você (como histórico, localização, preferências). Isso significa que duas pessoas podem receber respostas diferentes para a mesma pergunta, dependendo do perfil de uso.

4. Mais velocidade, mais fluidez

As respostas são entregues de forma quase instantânea, mais rápidas até que algumas ferramentas populares de IA. Além disso, o usuário pode continuar a conversa com perguntas complementares, sem precisar começar do zero.

5. Produtos, recomendações e… anúncios

Já é possível receber recomendações de produtos com base na sua busca, como parte das respostas geradas pela IA. Ainda não dá para clicar e comprar direto, mas o Google já sinalizou que agentes automatizados de compra devem ser incorporados em breve.

Ah, e sim: o Google começou a testar anúncios dentro do AI Mode, o que pode mudar a dinâmica de exposição de marcas no futuro.

6. Limitações que ainda existem

Apesar das vantagens, o AI Mode ainda tem algumas barreiras:

• Está disponível apenas em inglês e em poucos países (como EUA e Índia);
• Nem sempre apresenta links clicáveis suficientes, o que pode dificultar o aprofundamento em alguns temas;
• E, por ser altamente resolutivo, pode gerar menos cliques para sites externos, o que exige novas estratégias de presença digital para marcas e produtores de conteúdo.

Vídeo: Google

O que muda para quem trabalha com SEO?

Se você trabalha com SEO, o Modo AI do Google reforça a necessidade de atualização das estratégias de otimização. Confira os principais impactos e o que fazer para se adaptar:

1. Conteúdo raso não funciona mais

Com a IA gerando respostas completas em segundos, conteúdo superficial ou genérico se torna irrelevante. Para ser citado pelo AI Mode, seu conteúdo precisa ser:

• Profundo e bem contextualizado
• Apoiado por experiência real e autoridade no assunto
• Alinhado com critérios de E-E-A-T (Experiência, Especialização, Autoridade e Confiabilidade)

2. Otimização para subconsultas invisíveis (query fan-out)

O AI Mode quebra perguntas complexas em várias subconsultas, mas não mostra quais são elas. Isso dificulta saber para quais termos otimizar.

Soluções práticas:

• Explore ferramentas como “As pessoas também perguntam” para mapear possíveis perguntas associadas
• Crie conteúdos semânticos e completos, que cubram o tema com amplitude

3. Medição de performance fica mais desafiadora

Esqueça posições fixas no ranking. O AI Mode pode gerar respostas diferentes para cada usuário, com base em seu histórico, perfil e intenção.

Isso torna:

• Mais difícil medir visibilidade com ferramentas tradicionais
• Mais importante investir em marca forte e presença ampla na web

4. Prioridade para conteúdos de meio e fundo de funil

A IA busca profundidade, e conteúdos como:

• Comparações de produtos
• Estudos de caso
• FAQs técnicas
• Guias práticos

… são mais valorizados por trazerem insights reais que a IA não consegue gerar sozinha.

5. Schema, dados estruturados e clareza semântica

O uso de dados estruturados (schema.org) se torna ainda mais crítico. Eles ajudam os sistemas do Google a:

• Entender detalhes de produtos, preços e serviços
• Relacionar sua página a tópicos e perguntas específicas
• Conectar sua empresa a contextos relevantes de forma automatizada

6. Personalização e foco em persona

Como as respostas do AI Mode são personalizadas, sua estratégia de SEO deve ser igualmente direcionada. Produza conteúdo com clareza sobre:

• Quem é seu público
• Qual problema ele quer resolver
• Como você entrega a solução de forma única

7. Autoridade fora do seu site importa (muito)

Para ser citado como fonte pelo AI Mode, não basta ter um bom conteúdo no seu próprio site. Você precisa:

• Ser mencionado em sites de terceiros relevantes
• Estar presente em veículos confiáveis
• Fazer PR digital e construir autoridade de marca em toda a internet

8. Publicidade também entra em jogo

O Google já começou a testar anúncios dentro do AI Mode. Campanhas como PMax Shopping e de busca com correspondência ampla poderão aparecer nas respostas geradas por IA, o que exige revisão das estratégias pagas também.

9. O futuro é long tail, personalizado e distribuído

A lógica é simples: quanto mais específico e útil for seu conteúdo, maior a chance de ser exibido. Isso exige:

• Criar páginas segmentadas por intenção de busca
• Investir em conteúdo voltado para micro-momentos e nichos
• Repensar como mensurar e distribuir conteúdo

O AI Mode vai substituir a busca tradicional?

• O recurso como complemento, não substituto (por enquanto).
• Perspectivas futuras com base nas movimentações do Google.

Não. Pelo menos, não por enquanto.

O Modo AI não veio para acabar com a busca tradicional, mas para complementá-la, oferecendo uma nova camada de interação, mais inteligente e contextual. O Google ainda atende bilhões de usuários por dia com a estrutura clássica de busca (digitar uma palavra-chave e navegar pelos resultados). E essa estrutura não vai desaparecer de uma hora para outra.

Quer continuar visível no Google? Então é hora de fazer SEO de verdade

Não dá pra saber exatamente quais serão as próximas grandes novidades, mas a tendência já é bem clara: a fusão entre busca e inteligência artificial. Isso significa que:

• As capacidades do AI Mode (como respostas conversacionais, personalização e contexto) devem se tornar parte da busca tradicional
• Os usuários terão uma experiência cada vez mais fluida, natural e baseada em linguagem
• Profissionais de SEO precisarão otimizar conteúdos tanto para algoritmos de classificação quanto para modelos de compreensão e geração de linguagem

Então, o Google não quer mais apenas páginas otimizadas para algoritmos. Ele quer respostas úteis, conteúdo confiável e experiência real. Aquela estratégia de repetir palavra-chave, escrever “artigos genéricos” e esperar ranquear… já era.

Agora, a conversa é sobre criar presença digital de verdade, com conteúdo profundo, claro e estrategicamente construído para ser encontrado e citado por inteligências artificiais e mecanismos de busca ao mesmo tempo.

É exatamente isso que a MO4 faz todos os dias.

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